O eSocial terá novas configurações na Tabela 03 a partir de 2026, com alterações em códigos e descrições. Contadores precisam se preparar para as mudanças
Área do Cliente
Notícia
Garantias ainda são trava para PPPs decolarem no Brasil
Apesar de melhorias recentes, especialistas veem espaço para reduzir risco do investidor privado
O mercado brasileiro de PPPs (parcerias público-privadas) amadureceu ao longo dos últimos 20 anos, mas um aspecto ainda deve ser aperfeiçoado para que o modelo deslanche de vez no país: as garantias.
Essa é a avaliação de especialistas do setor, que apontam que o tema é hoje a principal preocupação do investidor privado na hora de decidir se vai entrar ou não em um projeto de infraestrutura.
No formato de PPP, a empresa que ganha o contrato fica responsável pelo investimento, operação e administração do projeto, seja ele de iluminação pública, rodovia, escola, hospital ou outro segmento. Em contrapartida, recebe um pagamento do poder público.
Para atrair interessados e diminuir os riscos da operação, os governos apresentam garantias de que o parceiro privado não ficará no prejuízo no caso de eventual interrupção do contrato, não pagamento das parcelas ou outro problema.
Geralmente, as garantias usadas são receitas futuras do governo, fundos especiais, contas reservas, seguro-garantia entre outros mecanismos previstos na lei das PPPs. No entanto, investidores ainda ficam com pé atrás em relação a opções escolhidas por entes públicos, com receio de que mudanças jurídicas ou decisões políticas possam levar à inadimplência.
Rogerio Yamashita, responsável pela cobertura de infraestrutura no Itaú BBA, lembra que, mesmo nas PPPs em que o operador privado cobra tarifas de usuários, a receita provida pela administração pública é essencial. São projetos longos, alguns de 35 anos, e as transferências que remuneram o investimento do parceiro privado costumam ser vultosas.
"Como os pagamentos são feitos normalmente na forma de contraprestação mensal, o que é mais importante para quem vai investir ou financiar é a perenidade", afirma.
O mercado trabalha com dois formatos de garantia. Uma é chamada de estoque --uma conta com montante que assegura o pagamento de algumas parcelas da contraprestação, por exemplo. A outra, de fluxo, que "libera" receitas que a União obrigatoriamente repassa a um estado ou município para serem acionadas em caso de inadimplência.
Rafael Benini, secretário de Parcerias em Investimentos do Governo de São Paulo, diz que precisa enfrentar o dilema das garantias em todo projeto.
Na PPP do Rodoanel, por exemplo, o governo usou uma garantia de estoque, com recursos da CPP (Companhia Paulista de Parcerias). O problema, segundo Benini, é que a CPP já está ficando sem espaço, e o governo terá de aportar R$ 800 milhões para conseguir dar mais garantias.
Além disso, o secretário afirma que esse modelo é ruim em essência. "O dinheiro fica parado, então é uma garantia cara."
Avaliação semelhante é feita por Bernardo Tavares, head de consultoria em PPPs da IFC (International Finance Corporation). Ele considera ineficiente o modelo em que o ente público aporta recursos em uma conta, pois na prática o governo está "esterilizando dinheiro" que poderia ser usado em outras áreas.
Para ele, é mais interessante usar os fluxos constitucionais como garantia, modelo que é bem aceito pelo investidor privado pela perenidade.
Essa foi a estrutura que o Governo de São Paulo usou no projeto das PPPs de escolas, cujo leilão aconteceu em outubro de 2024. "Para educação e saúde nós conseguimos fazer desse jeito, o problema são as outras PPPs, de metrôs, rodovias", diz Benini.
Isso porque, juridicamente, há segurança em usar as transferências que já têm dotação definida para áreas sociais --como usar o Fundeb em um projeto de educação, por exemplo. A polêmica está em usar outros fluxos do governo federal, como o FPM e FPE (fundos de participação dos municípios e estados, respectivamente).
Para Yamashita, do Itaú BBA, superar a discussão jurídica e autorizar o fluxo desses dois repasses como garantias para PPPs daria não só conforto para o setor privado como flexibilidade para a administração pública colocar mais projetos de pé.
Em São Paulo, Benini diz que o governo está estudando formas de usar fluxos de impostos como garantia. A questão é que também recaem controvérsias jurídicas sobre o tema, já que o movimento poderia ser visto como direcionamento de tributos.
Ele cita como exemplo um programa recente de transação tributária estadual, que parcelou impostos atrasados de contribuintes. O governo paulista estima arrecadar cerca de R$ 60 bilhões com a medida, e a ideia é usar esse fluxo como garantia para PPPs.
Se encontrarem uma solução, Benini pensa em replicar o mesmo modelo para as transferências de IPVA e ICMS.
Notícias Técnicas
Alterações no Simples Nacional permitem escolha do número de parcelas, prazos de até 60 meses e adesão 100% online
Agosto como divisor de águas: como as empresas podem se preparar para a nova legislação tributária
Em 11 de agosto de 2025, foi sancionada a Lei nº 15.191/2025, que ajusta a tabela progressiva mensal do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF)
Nova portaria altera critérios para contratação de serviços de TI, com reajuste salarial, novas exigências de experiência e fim da fiscalização trabalhista obrigatória
Notícias Empresariais
No Brasil, quase 12 milhões de pessoas vivem sozinhas. Movimento reflete mudanças de comportamento, novas demandas de consumo e um mercado imobiliário que aposta nos compactos de luxo
Negócios que tratam a incerteza como gatilho para inovação constroem resiliência, se destacam da concorrência e criam bases sólidas para prosperar no longo prazo
Até 2030, jovens de 16 a 30 anos representarão 58% dos profissionais no mundo. Eles querem mais do que um bom salário: exigem propósito, flexibilidade e respeito
Monitoramento e resposta a ameaças em tempo real
A previdência privada empresarial vem ganhando protagonismo como um dos principais diferenciais na escolha por uma nova colocação no mercado de trabalho
Notícias Melhores
Atividade tem por objetivo garantir a perpetuidade das organizações através de planejamento e visão globais e descentralizados
Semana traz prazo para o candidato interpor recursos
Exame de Suficiência 2/2024 está marcado para o dia 24 de novembro, próximo domingo.
Com automação de processos e aumento da eficiência, empresas contábeis ganham agilidade e reduzem custos, apontando para um futuro digitalizado no setor.
Veja as atribuições da profissão e a média salarial para este profissional