Atualização traz simplificações operacionais na emissão da NF-e
Área do Cliente
Notícia
Contabilizar negócios com créditos de carbono é desafio
Entre os dias 30 de novembro e 11 de dezembro, acontece, em Paris, a Conferência da Organização das Nações Unidas - ONU para o Clima, a COP 21
Entre os dias 30 de novembro e 11 de dezembro, acontece, em Paris, a Conferência da Organização das Nações Unidas - ONU para o Clima, a COP 21. Para aperfeiçoar a base do texto do novo acordo mundial para o clima, estão sendo realizados vários debates em todo o mundo. Na ocasião, representantes do Brasil apresentarão um plano mostrando que até o ano de 2030, a intenção é reflorestar uma área de 12 milhões de hectares, o que equivale à metade do estado de São Paulo, e implantar 20% da matriz energética com fontes renováveis e alternativas.
O encontro reunirá dezenas de presidentes, cerca de 190 chefes de estado e especialistas de 196 países. De acordo com o sócio-diretor responsável pela prática de sustentabilidade da KPMG no Brasil e América Latina, Ricardo Zibas, esta edição da COP será uma das mais importantes já realizadas, uma vez que todos os países signatários da ‘Convenção – Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima’ antecipadamente concordaram em assinar um tratado vinculante até 2015, para reduzir suas emissões de gases causadores de efeito estufa.
Segundo Zibas, o que favorece essa convicção positiva são os novos posicionamentos do mercado quanto ao tema. Um deles foi à modificação nos cenários políticos dos dois maiores emissores de gases de efeito estufa no mundo, Estados Unidos e China, os quais flexibilizaram as negociações e no ano passado anunciaram que irão cortar suas emissões de gases até 2025 e 2030, respectivamente. “Além disso, houve uma drástica redução nos custos das tecnologias capazes de diminuir tais emissões ao meio ambiente, isso em razão do aumento de projetos de energia renováveis disponíveis e pela maior facilidade em financiar a aquisição desses recursos – como é o caso dos títulos verdes (green bonds) e do financiamento coletivo (crowdfunding)”, enaltece o sócio-diretor da KPMG.
Protocolo de Quioto
Sem dúvida, a contabilização dos negócios com crédito de carbono será um assunto de grande impacto na Conferência. Vale lembrar que, com a assinatura e a conseguinte ratificação do protocolo de Quioto, em 1997, por muitos países, o artigo 6º determinou que “qualquer parte incluída no Anexo I pode transferir ou adquirir de qualquer outra dessas partes unidades de redução de emissões resultantes de projetos visando à redução das emissões antrópicas por fontes ou o aumento das remoções antrópicas por sumidouros de gases de efeito estufa em qualquer setor da economia”. Os países industrializados e mais ricos estão no Anexo I, e os em desenvolvimento estão no Anexo II.
Na prática, o Protocolo determina que uns paíes podem transferir aos outros seus créditos, caso estes não atinjam as metas de redução e queima de gases. Por conta desta situação, formou-se um tipo de “leilão” de crédito de carbono em que um país vende ao outro o tal crédito que está além da quota efetuada.
Desafios
A redução de emissões de Gases de Efeito Estufa é calculada em toneladas de dióxido de carbono equivalente – t CO2e. Cada tonelada de CO2e removida ou reduzida da atmosfera corresponde a uma unidade emitida pelo Conselho Executivo do Mecanismo do Desenvolvimento Limpo - MDL, do Protocolo de Quioto. Cada tonelada de CO2e equivale a 1 crédito de carbono.
Na opinião do mestre em Ciências Contábeis pela PUC-SP, Maurício Fernando Pocopetz, que atua na área contábil-financeira há mais de 20 anos como contador, consultor, auditor independente, perito judicial e palestrante, a contabilização dos negócios com créditos de carbono é um desafio para contadores e economistas nos anos vindouros. “Tal desafio está na correta classificação contábil, pois ainda não há consenso sobre a essência econômica desse item. As principais classificações são: ativo intangível, derivativo, commodity e prestação de serviços”.
Porém, o especialista salienta que tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos ainda não há regulamentação para a contabilização dos créditos de carbono: “O International Financial Reporting Standards - IFRS e o International Accounting Standards Board - IASB tem desenvolvido estudos para a melhor forma de reconhecimento desses créditos nos balanços. Como esses créditos irão gerar receitas para as empresas, algumas delas acabam utilizando o Comitê de Pronunciamentos Contábeis - CPC 30, que são as receitas para reconhecer esses valores, embora não seja um procedimento normatizado”.
Como não há ainda nenhuma elucidação sobre a matéria, de certo modo, as transações dos créditos de carbono e a expansão do número de empresas neste segmento representa um nicho de mercado para o profissional contábil. No parecer de Zibas, da KPMG, o melhor caminho para uma atividade perene e sustentável é que as organizações e seus administradores apliquem tempo e experiência para o aprimoramento no desenvolvimento ambiental e social das empresas. “Isso inclui tornar permanente a mensuração e a redução das emissões de carbono, bem como a preparação e divulgação de informações confiáveis sobre tais emissões, apresentando à sociedade e ao mercado a contribuição da empresa na minimização dos efeitos das mudanças climáticas”.
Notícias Técnicas
Nova portaria da PGFN amplia possibilidades de negociação para contribuintes com dívidas discutidas na Justiça
Receita Federal reconhece erro sistêmico e cancela penalidades de forma automática
O Conselho Federal de Contabilidade informa aos profissionais de contabilidade sobre o prazo para justificar suas pontuações no Programa de Educação Profissional Continuada de 2024
Receita e Serpro desenvolvem ambiente digital que unifica tributos, usa tecnologias avançadas e simula operações fiscais antes da cobrança oficial em 2027
Notícias Empresariais
No mês de maio, Governo Central teve um déficit primário de R$ 40,6 bilhões, abaixo dos R$ 60,4 bilhões do mesmo mês de 2024
Em entrevista ao Capital Insights, Dyogo Oliveira disse que tributação dos aportes de previdência privada de maior valor através do IOF é injusta
Receita assegura que o novo sistema, que permite recolhimento automático de tributos no momento da transação eletrônica, entra em vigor em 2027
Reunião extraordinária teve como objetivo tirar dúvidas de interpretação sobre o tema para evitar ações na Justiça
Projeto de lei segue em análise na Câmara dos Deputados
Notícias Melhores
Atividade tem por objetivo garantir a perpetuidade das organizações através de planejamento e visão globais e descentralizados
Semana traz prazo para o candidato interpor recursos
Exame de Suficiência 2/2024 está marcado para o dia 24 de novembro, próximo domingo.
Com automação de processos e aumento da eficiência, empresas contábeis ganham agilidade e reduzem custos, apontando para um futuro digitalizado no setor.
Veja as atribuições da profissão e a média salarial para este profissional